segunda-feira, 21 de março de 2011

A Geografia de um Amor


A Geografia de um Amor
 
No universo da alma percorro a geografia do amor, em cenários multicoloridos que semeiam um paraíso nas planícies do meu coração.
Perfumes suaves exalam de um lindo jardim interior, onde nascem flores de desejo, amizade, carinho e admiração, que desabrocham ao toque do jardineiro das minhas emoções, o senhor do traçado das minhas novas rotas no intricado mapa do amor...
O dono desse amor gostoso, de brotar inesperado, se apossou do meu corpo e sentimentos de um jeito, que até imagina, mas não conhece a dimensão...
Junto dele sou mulher, menina, amante, mas faço charme... me contenho, resvalo, hesito, não revelo tudo o que sinto...Ao contrário! Digo que é só um tarado, safado, e que a sua cara sacana não me engana!
Ele não sabe como romantizo sozinha, tentando mapear em simples letras, a forma, as linhas do ser que o compõe inteiro e a geografia desse amor misticamente cósmico... eróticamente místico....
Suas mãos são belas e me remetem à lembrança de um escultor divino. Quando as vejo dedilhando doces melodias em algum instrumento, fico lânguida, entregue... e ao me tocarem, facilmente levam meu corpo ao êxtase... tirando dele todas as notas musicais possíveis.
 

Seu rosto, firme, másculo, de um quadrado perfeito, é emoldurado por uma testa ampla - característica das pessoas dotadas de grande inteligência - com  sobrancelhas espessas, como se desenhadas à mão. Sobre elas, caem displicentes fios de cabelos crescidos, ondulados, que seu dono vaidoso conserva sedosos e solta livremente na intimidade. Ele não sabe como meus dedos  se deliciam acariciá-los...

Seus olhos grandes vivem a me intrigar...Horas castanhos, horas de um mel brilhante, num instante assumem expressões de pureza quase infantil, saltando para um ar traquino, travesso...no outro,  se iluminam de  maturidade secular ou me brindam com  provocante sensualidade... Mas esses olhos também podem ser frios e impassíveis. Tudo na mais pura expressão das metamorfoses da alma. Ele não suspeita como amo seu olhar...

Sua boca carnuda, macia, é capaz de um sorriso largo, encantador... e seus beijos profundos,  gulosos,  fazem meu corpo flutuar. Deus sabe como temi beijar essa boca e presa dela ficar...Agora, a cada instante seus lábios me marcam indelévelmente...

Seu abraço aconchegante, me transporta para um mundo pleno de serenidade...Aninhada nele... problemas, inquietudes, desaparecem... e só um imenso bem estar permanece.

Ve-lo plácidamente adormecido me inunda de ternura...Ao seu lado meu sono também é de paz... e um beijo de bom dia com seu corpo faminto do meu,  acendem as labaredas do mais sublime despertar...

A fêmea instintiva que me habita se alimenta do seu cheiro. Ele sabe que igual a bicho, tenho este sentido intenso... O que ele não sabe, é como seu cheiro me visita quando distantes, e exala ao meu redor, impregna meus sentidos e até a minha roupa...
 

Sua voz quente, timbrada, arrepia minha pele ao chamar meu nome em sussurros... e acelera meu coração quando a ouço depois de uns dias sem nos falar.
Mas nada disso importaria... se não fosse por ela - a alma que veste o seu corpo -   e faz reluzir a minha na troca de energias...Ela, a regente de todos os recônditos da sua geografia, e da nossa sintonia onde as horas giram num relógio mágico.
Meus imperfeitos traçados são incapazes de expressar seu retrato guardado em mim, o que sua presença manifesta diante dos olhos da minha alma, que perscruta um passado obscuro a se perguntar: em qual cenário longínquo nossos caminhos se cruzaram?
Como explicar essa atração, essa química, essa magia que me vibra, senão mapeando as rotas do passado?

Na geografia desse cálido amor,  meu coração alegre se embrenha por trilhas novas e segue como a correnteza de um rio...sem saber onde vai dar, ou quanto vai durar... certo de que está valendo a pena se deixar levar...sentir, fluir e se entregar ... para lá, além de todos os limites dessa magistral travessia cósmica que compõe o misterioso mapa da vida...

(Mônica - Centaura

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